A Arte de Esculpir no Ouro

A Arte de Esculpir no Ouro

É inegável o fascínio exercido pelas joias sobre os seres humanos. Desde as eras mais remotas, os adornos foram criados e reverenciados, seja por sua beleza, valor, significado ritual ou pelo poder que simbolizavam. A opulência dos faraós e rainhas já era vista nos braços, colos e mãos, simbolizando poder e beleza. Hoje, não poderia ser diferente.

 

A arte de fabricar joias é anterior à escrita e vem sendo aperfeiçoada desde então. Essas são confeccionadas por meio de fundição, estamparia, usinagem e mesmo manualmente, por um técnico chamado de ourives. O processo de fabricação das peças varia de acordo com o material usado, a qualidade e o tipo desejado.

 

Atualmente, a joalheria mundial está voltada para o design, que deve ser criativo, bem identificável e corresponder a um mercado consumidor sempre crescente e ansioso por inovações, tanto nas técnicas de fabricação, quanto na expressão dos estilos e conceitos escolhidos.

 

Alquimia da ourivesaria

 

O processo de fazer joias é constituído por estas etapas: fundir, recozer, laminar, cortar, serrar, limar, lixar, fazer fio, soldar e polir, não necessariamente nessa sequência.

 

O ferramental para essas etapas pode ser classificado em quatro tipos: as ferramentas“comerciais”, que atendem várias atividades e são encontradas no mercado com facilidade; as específicas para a atividade de prótese dentária que são utilizadas no ofício de joalheiro, nessas estão incluídos os alicates, aneleira, arco de serra, balança de precisão, bastão de medição de anéis, limas, maçarico, martelos dentre outros.

 

E ainda as ferramentas que foram propriamente desenvolvidas para o ofício do ourives e as que são desenvolvidas de acordo com a necessidade de inovação das joias. Nesse trabalho são incluídos alguns produtos químicos, como o ácido muriático, o amoníaco, o ácido para toque, o bórax, o soldarom e pastas para polimento.

 

Ouro e prata

 

A principal matéria-prima utilizada pelo ourives é o ouro, que apesar de ser considerado um material difícil de serrar ou limar, oferece flexibilidade, encurva, mas não retorna sua forma primitiva quando a pressão cessa; é dúctil, um mineral que pode ser estirado para formar fio; séptico, pode ser cortado em aparas delgadas; não quebradiço, não se rompe ou pulveriza facilmente; e seu ponto de fusão é alto em relação ao dos outros metais.

 

Possui várias classificações segundo o seu grau de pureza, como ouro mil, que é puro, ouro 18 quilates, 14 quilates e assim por diante. Quilate é a unidade de pureza. A liga de ouro mais valiosa é a de 18 quilates.

 

A prata possui as mesmas classificações do ouro. Isso significa que, em cada 1.000 partes do metal ligado, 925 são de prata pura e o restante, normalmente, de cobre. É comercializada na forma de cascalho, granulada ou ainda em lingotes. A prata exige mais experiência e habilidade do ourives artesão porque é difícil de serrar e limar, provocando muitas quebras de serras durante o processo. Tem uma boa maleabilidade, podendo ser transformada em lâminas delgadas por percussão, ductibilidade, e pouca flexibilidade, por ser muito macia. Deve ter pouca liga, caso contrário, ocorre oxidação. Trata-se de uma matéria-prima que não “agradece”, só propõe 80% de acabamento, sempre apresenta irregularidades e deficiência no metal.

 

Pedras Preciosas

 

O Brasil é internacionalmente conhecido pela diversidade e grande ocorrência de pedras preciosas. O país se posiciona como segundo maior extrativista de esmeralda e o único de topázio imperial e turmalina paraíba. Também possui grandes jazidas de citrino, ágata, ametista, turmalina, água marinha, topázio e cristal de quartzo.

 

Mas, também, podemos contar com uma enorme variedade de pedras sintéticas, que são cópias muito semelhantes das naturais. As características ópticas são as propriedades mais importantes na avaliação das gemas. Elas produzem cor e brilho, fogo e luminescência, jogo de luz e schiller (iridescência).